terça-feira, 7 de novembro de 2017

Mais uma COP começa e os desafios são enormes...

Mais uma COP começa este ano com a missão de dar continuidade aos acordos firmados em Paris que deram origem ao acordo de mesmo nome da cidade em que foi concebido. 

Já escrevemos aqui em algumas ocasiões sobre o jogo de empurra e os entraves que dificultaram a progressão de um acordo global sobre medidas de mitigação ao agravamento do efeito estufa e, consequentemente, ao aquecimento global. 

A COP foi criada logo após a Rio-92 ou Eco-92, em 94, e se traduz na sigla em inglês para "Conferência das Partes" que visa discutir vias para que os países reduzam suas emissões de gases que agravam o efeito estufa, como o dióxido de carbono, o metano, o dióxido de enxofre e etc. 

Anualmente e com a presença de diversos países que se reúnem durante a COP visa-se costurar um acordo global onde países se comprometem (voluntariamente) a estabelecer metas e mitigações em relação às mudanças climáticas. O protocolo de Kyoto, assinado em 97, foi um dos frutos das COPs realizadas anteriormente. 

Após diversas discussões e muitos esforços conjuntos, o acordo de Paris (tido como substituto do Protocolo de Kyoto) estipula que cada país, voluntariamente, deve definir suas próprias metas para reduzir os níveis de gases estufa lançados na atmosfera, mas que os resultados devem ser apresentados à ONU com periodicidade de 5 anos. 

Também fica estipulado que os países desenvolvidos devem contribuir através de um fundo para ajudar os países em desenvolvimento com a redução na emissão de seus gases poluentes. Seja para medidas de mitigação ou para pesquisas que procurem reduzir de alguma forma as emissões de gases estufa desses países. 

No meio da costura deste acordo, algumas questões ainda ficaram pendentes e devem ser resolvidas (esperamos que sim) na conferência deste ano ou mesmo na próxima conferência. 

A primeira diz respeito a eterna queda de braço em relação a redução dos gases estufa entre países centrais com os países em desenvolvimento e os periféricos. Enquanto o primeiro conjunto de países acredita que as propostas mitigadoras devem ocorrer sem distinção entre os países; o segundo bloco afirma que deve sim receber mais ajuda para fomentar programas e pesquisas que visam reduzir suas emissões vindas os países centrais. 

A segunda questão nos remete ao "norte" que o acordo de Paris deve tomar. O mesmo ainda possui diretrizes muito superficiais que praticamente delegam a cada país estabelecer suas próprias metas e cumpri-las, ou não; embora este acordo não preveja sanções a quem estabelecer suas metas, mas não alcançá-las. (Talvez, este ponto seja modificado nesta COP). 

A terceira questão, talvez a mais espinhosa, seja em relação a retirada dos EUA do acordo de Paris por seu atual presidente. Como Obama assinou o acordo antes do fim do seu mandato, os EUA estão obrigados a permanecer no acordo até 2020; mas já é sabida a decisão de Donald Trump de retirar o segundo maior poluidor do planeta do acordo, ainda mais quando a justificativa usada foi afirmar que o aquecimento global se trata de uma invenção chinesa para frear a economia norte-americana e acelerar a chinesa. 

Mesmo o presidente, agora, se interessando pela COP em busca de um acordo que julgue ser benéfico aos EUA, ainda há o receio que a retirada definitiva dos EUA do acordo de Paris, esvazie politicamente o mesmo, embora diversos países como China, Itália, Argentina e etc. tenham manisfestado interesse em ficar e condenado a posição norte-americana sobre a saída do tratado, caso a mesma se concretize. 

Enquanto isso, mais uma rodada de negociações está aberta na COP, visando nortear o acordo e assim representar um avanço significativo na mitigação ao altos níveis de emissão dos gases estufa com ou sem os EUA.     

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