quarta-feira, 15 de junho de 2016

"As pessoas não morrem de frio" (sic)

Caros leitores do blog. 

Hoje a publicação saiu com um dia de atraso por motivos de saúde, mas vamos a ela. 

Não sei se todos acompanharam a reportagem abaixo que retrata o frio recorde em São Paulo durante a madrugada do último domingo. 

Abaixo, assista a reportagem e tenha especial atenção a declaração da representante da assistência social de São Paulo. 


(Pausa para digerir a entrevista acima...)

Tudo bem, vamos concordar que não passamos o frio sulista aqui no Sudeste do país. Embora o frio de Minas Gerais e das regiões serranas dos demais estados da região concorram páreo a páreo. Também concordaremos que este não é o frio do hemisfério norte e que não chega perto do inverno canadense ou russo, mas dizer que não se morre por frio é demais. 

Será que é do desconhecimento dessa pessoa a hipotermia e as consequências disso?

É de se abismar que essa seja a posição oficial de um órgão do governo. Pode-se até pensar que talvez ela tenha sido obrigada a dar este tipo de declaração, mas, teorias da conspiração à parte, soa, no mínimo, como um absurdo. 

Mesmo não sendo especialista da área, não é difícil concluir que hipotermia pode sim levar à morte. No caso dos moradores de rua, que são desprovidos de vestimentas adequadas e de uma moradia que os aqueça, é óbvio que a onda de frio atua com maior força sobre seus corpos e que, com certeza, isso pode levar à morte.

Contudo, consultamos um especialista da área de medicina que nos afirmou que é possível sim morrer de frio, pois em casos de baixa temperatura, ainda mais as que vem ocorrendo neste inverno, o corpo começa a apresentar disfunções como taquicardia, contração dos vasos sanguíneos, calafrios, disartria, hipotensão, broncoespasmo, amnésia, alucinações entre outros, além, é claro de matar. 

Claro que os casos variam de pessoa pra pessoa, pois cada organismo responde de uma forma e o ambiente em que ela vive também interfere, mas no caso dos moradores de rua, as condições precárias em que vivem funcionam como um agravante para favorecer o óbito por frio excessivo.

(Outras consequências da hipotermia podem ser conferidas aqui, na página 153).

O frio pode até ser o desencadeador de alguns distúrbios que levem ao quadro de óbito, mas também pode ser o principal fator responsável por ele. Então dizer que o frio não mata é improcedente.

Aliás, tão improcedente que está, infelizmente, ficando recorrente, como você pode conferir clicando aqui.  

Para não abandoná-los a própria sorte, fortalecemos aqui campanhas como a campanha do agasalho e a do varal solidário. Com certeza o casaco que você deixa guardado no armário criando mofo, pode ser útil para aquecer alguém neste inverno. 


Com informações da Folha de São Paulo, reportagem do SBT Brasil e a colaboração de Daniel Pires. 

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