terça-feira, 8 de setembro de 2015

A guerra civil na Síria

O assunto dessa semana não poderia ser diferente do que vem sendo discutido e corre o mundo inteiro: a movimentação em massa de migrantes oriundos da África e do Oriente Médio para a Europa. 

O caso mais em tela se trata da guerra civil na Síria que se arrasta desde a Primavera Árabe, que teve início em 2010. 

Venho publicando sistematicamente na Página do Facebook que essa questão só ganharia a atenção do mundo quando atravessa-se o Mediterrâneo ou o Atlântico... Por questões de proximidade geográfica, a travessia para o Mediterrâneo ganhou.

Segundo dados, o fluxo migratório já supera o da segunda guerra mundial e levanta diversas questões acerca desta movimentação que vitima cada vez mais pessoas seja nos conflitos, seja tentando cruzar o mar mediterrâneo na esperança de dias melhores. 

Como ponto (não diria principal, mas de maior destaque) temos a guerra na Síria entre oposicionistas e um governo que já está no poder há décadas. Mesmo com toda a repercussão e força da Primavera Árabe, na Síria, o movimento parece ter se perdido em meio a um governo que controla sua população com mãos de ferro, castigando-os sempre que pode e uma oposição que não consegue ter uma unidade sequer e que encontra cada vez mais opositores que querem fazer a mudança ao seu modo. 

Soma-se a este cenário apocalíptico um xadrez geopolítico entre EUA e UE de um lado e Rússia, China e Iraque do outro. 

Os conflitos começaram desde a Primavera árabe e desde então EUA e a UE, através da ONU reivindicam uma intervenção militar no país, além de sanções econômicas unilaterais que nem chegam a ser tão pesadas assim; do outro lado temos Rússia, China e Iraque que defendem abertamente o regime de governo da Síria e defendem que a maneira correta de intervir na situação é com uma missão de paz. 

No meio desse xadrez, um fogo cruzado entre governo e rebeldes, jihadistas e braço da Al-Qaeda no qual a população síria se vê entregue a própria sorte, e, aqueles que podem, fogem do horror da guerra e buscam a paz além do mediterrâneo. 

O drama que já não é pouco, se torna ainda maior quando os refugiados esbarram em questões como a possibilidade de serem roubados e enganados em relação a realização da travessia, tendo o pouco dinheiro que resta roubado. Além disso, passam por condições sub-humanas durante a travessia que, infelizmente, levam muitos a não conseguirem completá-la. 

Há também a questão da acolhida em um continente desconhecido. Nem todos têm parentes na Europa ou dominam o idioma do destino almejado (em sua maioria, neste caso, a "Europa Rica" > França, Alemanha e Inglaterra). Enquanto isso do doutro lado do Mediterrâneo e, portanto, longe de tudo isso, A UE começa a se articular para distribuir entre os países os refugiados que cada vez mais chegam. Fugidos da guerra que dizima cada vez mais sua terra-natal. 

No meio da discussão, há aqueles que defendem o fechamento das fronteiras para os refugiados como medo que suas economias, culturas e valores sejam perdidos com a entrada dos refugiados em seus países; do outro lado, gestos de solidariedade e de humanidade (adjetivo meu) tomam conta de capas de jornais e revistas, revelando que mesmo em meio a esse horror, a solidariedade ainda acalenta os corações mais aterrorizados. 

Enquanto esse xadrez  geopolítico parece ter chegado ao momento decisivo, pessoas tentam reconstruir suas vidas e esquecer o que vivenciaram em meio aos horrores de uma guerra civil, onde parece que a intensão é deixar que se destruam e depois lançarem novamente os refugiados de volta, só que dessa vez em meio aos escombros e ao pó do que um dia eles chamaram de pátria.


Se você, caro leitor, quiser buscar mais informações sobre esse conflito, o "Terra" desenvolveu um material muito didático sobre o assunto que você pode conferir clicando aqui.    

Obs.: Me furtei a falar do menino encontrado na praia da Turquia porque já acho essa situação pesada demais para ficar colocando ainda mais drama. Faço isso não porque acho que sua história e seu drama não devam ser contados, muito pelo contrário. Faço isso porque acho que já está mais do que na hora de deixarmos aquela alma inocente descansar em paz. 



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