quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O Estado a serviço de quem ?

A empresa Nissan irá montar sua fábrica no Rio de Janeiro, mas especificamente em Resende, no norte do estado fluminense. 

A decisão da montadora se deve pela proximidade do local com os portos de Itaguaí e do próprio porto do Rio de Janeiro, permitindo assim a facilitação do escoamento de sua produção. 

A fábrica também contou com incentivos fiscais do governo do Estado para se instalar no local, entre eles a doação do terreno onde a empresa construirá sua fábrica. 

É esse o ponto em que eu queria chegar... 

Quero deixar bem claro que não sou contra o estado buscar desenvolver regiões que estão sob sua tutela, mas o meu ponto aqui é discutir outra coisa... 

A galera que acompanha o blog já deve ter visto que volta e meia eu sempre posto aqui uma frase que diz mais ou menos assim: "o Estado parece sempre estar mais a favor dos empresários do que da população"

E está aí mais um exemplo disso. Para me fazer claro sobre isso vou utilizar as palavras do Marcelo Freixo, deputado estadual aqui no Rio de Janeiro, que disse o seguinte:

"O governo vai trazer a Nissan p/ Rio. O terreno equivale a 22 estádios do Maracanã e será DOADO pelo governo. O povo do Bumba não tem casa"

Para quem não se lembra, em Abril do ano passado uma chuva torrencial assolou Niterói e, em consequência disso, o Morro do Bumba, em Niterói, veio praticamente abaixo. Na época jornais, revistas e a televisão publicavam notícias sobre o ocorrido incessantemente. Mas, com o tempo, as pessoas assoladas pela tragédias foram aos poucos sendo esquecidas e hoje em dia vivem em um quartel do exército no município de São Gonçalo, vizinho a Niterói. 

E é aí que entra o meu questionamento, reforçado pelas palavras do deputado estadual: Terreno para construir uma casa para essas pessoas morarem o governo não acha, mas um terreno com o tamanho de 22 Maracanãs para uma fábrica acha rapidinho não é ?

Claro que sei que tem a questão do onde morar, não se pode deslocar estas pessoas para locais muito longe de onde residem, pois suas vidas estão fixadas naquele local. O que questiono aqui é a falta de vontade política do governo em resolver a questão dessas pessoas do Bumba. Não estou jogando a culpa no governo do Estado do Rio, mas acho que com um pouco de vontade política - a mesma que tiveram para doar o terreno a Nissan - o governo do Estado poderia se articular com a Prefeitura de Niterói para resolverem esta questão e assim dar um lar a estas pessoas que foram assoladas pela tragédia e que agora vivem esquecidas. 

E volto a dizer: é triste ver como o Estado é todo pelas grandes empresas e não por sua população. População essa que só é lembrada em época de eleição.... 




A Nissan Motor Co., Ltd. anunciou hoje planos de investimento de R$ 2,6 bilhões (US$ 1,5 bilhões*) na construção de uma nova fábrica em Resende, no Estado do Rio de Janeiro, para o desenvolvimento, produção e lançamento de novos produtos. A unidade fabril, cuja produção está prevista para ser iniciada no primeiro semestre de 2014, terá capacidade para produzir até 200 mil unidades por ano de produtos Nissan sob a Plataforma V, para venda no Brasil. A fábrica deverá criar até 2 mil empregos diretos e pelo menos duplicar este número, se considerarmos toda a cadeia de abastecimento e comunidade envolvida.
A nova planta industrial é um passo importante na estratégia da Nissan como fabricante líder nos mercados do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), grupo de países que vem demonstrando um rápido crescimento. Em junho deste ano, a empresa divulgou detalhes da 'Nissan Power 88", uma estratégia de médio prazo que inclui os planos de se tornar a marca asiática líder da indústria automotiva no Brasil – a quarta maior do mundo em volume de produção – e atingir pelo menos 5% do mercado no País, até 2016.
"Assim como ocorrido na China, Rússia e Índia, estamos investindo em regiões que apresentam maior potencial de crescimento", disse Carlos Ghosn, presidente e CEO da Nissan Motor Co., Ltd. "O Brasil tem se mostrado o motor que impulsiona o crescimento do mercado latino-americano. Estamos ansiosos para contribuir para o cenário econômico brasileiro e sua indústria automotiva, no século 21”, afirmou.
"A vinda da Nissan orgulha o Rio de Janeiro. É resultado do trabalho que estamos realizando para atração de empresas, consolidando o estado como um polo do setor automotivo, e que gera milhares de empregos diretos. Nos próximos anos, nossa produção de veículos pode chegar a um milhão, se levarmos em conta a duplicação das outras companhias do setor. Essa escala permitirá atrair a rede de fornecedores e tornará o Rio cada vez mais competitivo em novas disputas por montadoras”, disse o governador Sérgio Cabral.

Investimento em Resende
O investimento da Nissan no Rio de Janeiro vai subsidiar a construção de uma fábrica totalmente nova. Resende foi escolhida por sua proximidade com os portos de alta qualidade de Itaguaí e do Rio de Janeiro, disponibilidade para início da produção em curto espaço de tempo e fácil acesso à mão de obra qualificada e fornecedores.
A futura capacidade de produção da Nissan virá complementar a atual, de 59 mil unidades por ano, provenientes da planta industrial da Renault, localizada em São José dos Pinhais, no Estado do Paraná. A unidade fabril da Nissan, no Paraná, continuará a produzir o Nissan Livina, o Grand Livina, X-Gear e o Frontier, além de expandir a produção dos modelos Renault.

A Estratégia de investimento de longo prazo para os mercados do BRIC
A expansão da Nissan no Brasil é um grande passo na estratégia da empresa de manter a produção necessária para sustentar um crescimento significativo nos mercados do BRIC. Desde 2001, a Nissan tem aumentado a presença de seus veículos no Brasil, Rússia, Índia e China – o crescimento passou de pouco menos de 50 mil unidades para cerca de 1,2 milhão de unidades, até o final do ano fiscal de 2010.

Nissan no Brasil
No Brasil, a Nissan tem crescido significativamente nos últimos dois anos, mais que duplicando sua participação de mercado, atingindo a marca de 1,7% de market share no acumulado de 2011. Por meio da entrada de novos modelos populares, como o Nissan March e o Nissan Versa e a duplicação da rede de concessionárias, a empresa pretende ganhar, no mínimo, 5% do mercado brasileiro, até 2016.
Novos produtos serão fundamentais para atestar a capacidade de crescimento da empresa no quarto maior mercado automotivo do mundo. Até 2016, a Nissan deve lançar dez novos produtos no mercado brasileiro, aumentando a sua penetração na cobertura de segmentos do mercado de 23%, antes do lançamento da Nissan March, para mais de 87%, até 2016. Em novembro, a Nissan irá lançar o sedã Versa, inédito no Brasil, aumentando a sua cobertura de mercado para 83%.
A expansão da rede de concessionárias da Nissan no Brasil também vai contribuir muito para que a empresa tenha maior competitividade no mercado. A Nissan opera hoje com 117 lojas em todo o País e tem planos de aumentar esse número para mais de 239, até 2016.

Sobre a Nissan
A Nissan Motor Co., Ltd., segunda maior empresa automotiva japonesa por volume, está situada na cidade de Yokohama e compõe a Aliança Renault-Nissan. Operando com mais de 248 mil funcionários no mundo, a Nissan forneceu aos seus clientes mais de 4,1 milhões de veículos em 2010, gerando uma receita de 8,77 trilhões de yens (US$ 102,37 bilhões). Fortemente comprometida com o desenvolvimento de produtos atraentes e inovadores para todos, a Nissan oferece uma ampla gama de 64 modelos sob as marcas Nissan e Infiniti. Pioneira no conceito de mobilidade com zero emissão, a Nissan fez história ao lançar o Nissan LEAF, o primeiro veículo 100% elétrico desenvolvido para o mercado de massa, vencedor de vários reconhecimentos internacionais, como o prestigiado prêmio Carro Europeu do Ano 2011. Para mais informações sobre nossos produtos, serviços e o compromisso com a mobilidade sustentável, visite nosso website http://www.nissan-global.com/EN/


* Taxa de câmbio calculada em R$ 1,75 para cada US$ 1,00


  


Extraído de businessreviewbrasil.com.br

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