terça-feira, 2 de novembro de 2010

Argentina órfã

Uma notícia pegou todos de surpresa essa semana: a morte do ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner. Visto como um dos símbolos da mudança na política Argentina, que antes dele e de sua esposa, que atualmente ocupa a presidência, vivenciaram o governo Menem que praticamente vendou e sucateou a Argentina, Néstor Kirchner conseguiu recuperar a economia Argentina e o país, o que lhe conferiu um respaldo político tão grande que lhe permitiu colocar sua esposa como sucessora. Mesmo com todos os contra-tempos vividos pelos argentinos e o casal Kirchner, a notícia de seu falecimento pegou a todos de surpresa e a Argentina ficou órfã, a Mulher deles perdeu além de seu marido um conselheiro importante em seu governo, e o governo argentino perdeu seu provável sucessor...

 BUENOS AIRES -  A morte do ex-presidente Néstor Kirchner, aos 60 anos, surpreendeu a Argentina, que se encontra paralisada por um feriado decretado para a elaboração do censo nacional. Kirchner sofreu um  enfarte, segundo o médico presidencial Luis Buonomo. Ele se encontrava com a esposa, a presidente Cristina Kirchner,  na residência da família, em El Calafate, província de Santa Cruz, quando sofreu uma parada cardiorrespiratória e teve que ser levado para um hospital.
Eric Calcagno, senador pela Província de Buenos Aires, afirmou em seu Twitter (@EricCalcagno): "Consternado pela notícia. O país sofre a maior perda desde o início da democracia. Não tenho palavras". "Néstor Kirchner" está liderando o "trending topic" do Twitter, a lista dos dez temas mais abordado na rede em nível mundial.
O deputado, líder do governante Partido Justicialista e secretário-geral da Unasul, havia sido internado em caráter de urgência em fevereiro por uma afecção na artéria carótida direita. Em setembro, sofreu uma obstrução em uma artéria coronária.
De caráter implacável ante seus adversários, Kirchner construiu seu poder com base num estilo personalista que, em nível nacional, tentou superar com uma chamado à 'transversalidade' política (alianças com outras forças), que não chegou a ser concretizada com fatos.
Kirchner deixa dois filhos, Máximo, 32 anos, e Florencia, 19, fruto do casamento com Cristina Fernández de Kirchner, atual presidente do país, que conheceu quando ambos estudavam Direito na Universidade de La Plata (60 km ao sul de Buenos Aires) e militavam na Juventude Peronista nos conturbados anos 70.
Kirchner era um dos políticos mais influentes do país e um potencial candidato à presidência nas eleições de outubro de 2011, apesar da ala governista não ter definido seu candidato.
Quando era presidente, em 2004, Kirchner teve que ser operado após uma crise gástrica que superou com êxito. No início deste ano, em 7 de fevereiro, o ex-presidente foi submetido a uma operação cardíaca, que também teve recuperação satisfatória. Mas em 12 de setembro teve que ser submetido a uma angioplastia, na qual os médicos implantaram um 'stent' em uma das coronárias obstruída.
Poucas horas depois da cirurgia, que teve muita repercussão na mídia, Kirchner participou de um ato político do Partido Justicialista, que chamou a atenção pela rapidez da recuperação. No calor da disputa política dos últimos meses, Kirchner prometeu trabalhar para "voltar a ser uma alternativa clara em 2011".
Para poder ser candidato a deputado por Buenos Aires, o três vezes governador nos anos 90 da província natal de Santa Cruz, Kirchner decidiu fixar residência na mansão oficial de Olivos (periferia norte de Buenos Aires) e renunciou ao histórico endereço a 3.000 km ao sul da capital, com o objetivo de ser um postulante no maior distrito do país.

Extraído de jb.com.br

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