quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Brasil e China criticam o princípio do "Poluidor Pagador"


Quando se fala em aquecimento global e mudanças climáticas, uma das questões que logo nos vem à mente é a da emissão de CO2 para a atmosfera. Assim, evitando-se reduzir ao máximo essa emissão de CO2, várias medidas foram tomas, mas em minha opinião nenhuma medida é tão polêmica e tão controversa quanto à do poluidor pagador.


Este princípio parte da compra no mercado dos chamados créditos de carbono, na qual cada país teria sua cota para emissão de carbono e caso esse país não atinja sua cota o mesmo pode vender a parte da cota que por ele não foi utilizada para outro país no mercado. Trocando em miúdos isso significa dizer que quem tiver mais dinheiro pode poluir mais, pois poderá comprar os créditos de carbono dos outros países, o que significa que os países ricos continuarão poluindo em larga escala e desenfreadamente já que não resta dúvida de que os créditos de carbonos não utilizados em outros países serão comprados por eles.


Portanto caberá apenas aos países em desenvolvimento e por que não os subdesenvolvidos instaurar políticas de redução da poluição de implantação de programas que melhorem a eficiência energética, algo que também deveria ser feito pelos países desenvolvidos, mas que será escondido pelo princípio do poluidor pagador.


Ainda bem que países com o Brasil e a China já estão de olho nisso e defendem algo que seja justo para todos os países, sem que a conta recaia como sempre para os países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos.


BONN - Pressionados a se comprometer a reduzir suas emissões de gases-estufa, países emergentes criticaram na quarta-feira as metas anunciadas recentemente pelas nações ricas. No evento preparatório para a cúpula do clima que acontece esta semana em Bonn, na Alemanha, Brasil e China se uniram para atacar a estratégia dos países ricos de incluir em suas metas de redução, emissões supostamente reduzidas através da compra de créditos de carbono, como mostra reportagem do GLOBO, de Catarina Alencastro.

Segundo negociadores brasileiros e chineses, os países ricos não determinaram um percentual para redução de emissão através de créditos de carbono - mecanismo no qual um país paga a outro para preservar florestas, por exemplo, em troca de poder continuar a emitir CO2 e outros poluentes.

Com essa manobra, esses países usariam créditos comprados no mercado de carbono para se esquivar de implementar internamente medidas que, de fato, são menos poluentes. Assim, jogariam a responsabilidade sobre os países em desenvolvimento, que, com projetos de eficiência energética e construção de aterros sanitários, por exemplo, pagariam a maior parte da conta climática.

- Colocar tudo como mecanismos compensatórios é transferir continuamente o ônus para os países em desenvolvimento. As pessoas dizem que os cortes e as ações de mitigação são urgentes, mas não é isso que a gente vê nos números - argumentou o secretário-executivo do Ministério de Ciência e Tecnologia, José Domingos Miguez, que participa das negociações em Bonn.

O debate aconteceu durante a reunião do grupo de trabalho que discute um substituto para o Protocolo de Kioto, que expira em 2012. Na reunião, a China sugeriu que se limite o percentual permitido de compra de créditos de carbono

Matéria extraída de www.oglobo.com.br no dia 19/08/2009

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