quinta-feira, 2 de julho de 2009

Consciência Ecológica ou medo de problemas com a justiça ?


Desde a época dos anos 70 quando o mundo teve a sua “tomada de consciência” do que tange as questões ambientais, uma série de medidas, pactos, acordos normas e leis vêm sendo realizadas pelo mundo todo e com o nosso país não seria diferente...

Procurando impedir uma destruição desenfreada e incosequente da Amazônia pela expansão da pecuária. O Brasil, através de órgãos como Ibama e/ou a Polícia Federal, vem atuando na tentativa de repreender esta prática que é tida como crime ambiental; não só para quem realiza a criação de animais para este fim, mas também para quem aceita esta carne, em geral os grandes supermercados aos quais a receptação é passível de multas pelo governo.

Assim, na tentativa de inibir esta prática ilegal (ou talvez medo de tomar multas do Governo) uma grande rede de supermercados, só passará a comprar a carne se o pecuarista garantir que a sua procedência não é do bioma amazônico. Como mostra a reportagem extraída no site da Carta Capital no dia 2/07/09




A rede varejista Wal-Mart anunciou, na terça-feira 23, que vai exigir dos frigoríficos provas de que a carne vendida não é produzida em áreas desmatadas na Amazônia. Os fornecedores serão obrigados a contratar auditorias para atestar a procedência do produto que chega às gôndolas. A medida foi anunciada durante a assinatura de um pacto para garantir a adequação de toda a cadeia de fornecedores a regras de sustentabilidade.

Os demais integrantes da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) também comunicaram a intenção de não mais comprar carne produzida à custa da destruição florestal. O golpe atingiu alguns dos maiores frigoríficos do Brasil, acostumados apenas aos embargos impostos por compradores estrangeiros. No ano passado, as exportações para a União Europeia despencaram 40% por conta das normas sanitárias aplicadas pelos países da região. A justificativa dos empresários brasileiros, até então, era a de que as barreiras eram estritamente comerciais, estimuladas pela concorrência internacional.

Mas a divulgação, em junho, do relatório do Greenpeace intitulado A Farra do Boi, no qual são indicadas as fazendas criadoras de gado dentro do bioma amazônico, somada à deflagração da Operação Abate, da Polícia Federal, que apontou subornos a funcionários públicos para permitir a venda irregular de carne em oito estados, motivaram os embargos também no mercado interno. Além das pressões dos supermercados, os frigoríficos serão cobrados pelo BNDES, principal financiador de grandes grupos, que prepara uma lista de exigências ao setor. As medidas serão anunciadas nos próximos dias, segundo disse a CartaCapital o presidente do banco, Luciano Coutinho.

Ninguém é santo na história. Os supermercados previnem eventuais problemas com a Justiça, por fazer vista grossa aos problemas da mercadoria que vendem. E o BNDES não gostou nada de aparecer nos relatórios do Ministério Público do Pará como corresponsável pelos atos de empresas para as quais empresta recursos e detém participações. Agora, não há desculpa para manter práticas ilegais, nem que seja preciso cortar os vícios na própria carne.

Reportagem extraída no site da Revista Carta Capital no dia 2/07/09

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